domingo, 9 de fevereiro de 2014

SOBRE APAGÃO E TERRORISMO

Alguns post atrás eu advertia que 2014 seria o ano do terrorismo. Nesse processo, a extrema esquerda e a extrema direita iriam se irmanar, cada uma do seu jeito, para tentar derrubar o governo. Para uns, o governo do PT é de esquerda demais, para outros, de esquerda de menos.

Nesta semana, TODOS os meios de comunicação gastaram tinta por conta de uma crise de abastecimento de energia elétrica decorrente da queda do sistema de transmissão que liga Colinas (TO) a Imperatriz (MA). A interrupção demorou 4 minutos no Tocantins e menos de duas horas nos demais estados atingidos pelo corte de energia. Nós, de Marília, nem tomamos conhecimento do problema, assim como outros 190 milhões de brasileiros.

O sistema de distribuição de energia no Brasil é bem complexo. Diferentemente da Europa, onde a geração por termelétricas é local, nós de São Paulo consumimos energia elétrica gerada em diversos pontos do país, desde Itaipu até Tucuruí, no Pará. Esta interligação é importante porque permite ao sistema contrabalançar o excesso de chuva em uma região frente à estiagem em outras. É essa interligação que nos livra de APAGÕES, com letra maiúscula, como aquele que ocorreu entre 2000 e 2002, durante o segundo governo de FHC. Ademais, a construção de dezenas de termelétricas garante o suprimento de energia elétrica mesmo com estiagens prolongadas.

A memória do nosso povo é curta, o que pode aterrorizar algumas almas bem intencionadas frente a um problema pontual. Mas nós que vivenciamos 2001, não podemos nos esquecer da catástrofe que foi o racionamento de energia, obrigando o governo dar descontos aos consumidores que diminuíssem em pelo menos 20% seu consumo. Empresas tiveram que reduzir a produção diante da falta de energia. Aqueles que continuaram seus processos tiveram que gastar rios de dinheiro para alugar geradores a preço de ouro. O PIB potencial diminuiu 2% frente ao APAGÃO.

Aquele APAGÃO com letra maiúscula fez do Natal de 2001 o mais escuro da história, já que o governo proibia a iluminação do comércio por conta do racionamento. Hoje, quanto alguém falar de apagão e não comparar com 2000/2002 estará fazendo um mero terrorismo e mostrando a sua falta de caráter.

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