sábado, 15 de março de 2014

SOBRE CARGA TRIBUTÁRIA E SERVIÇOS PÚBLICOS NO BRASIL E NA SUÉCIA

Com relação ao post anterior, em que estudo patrocinado pela BBC mostra que os ricos do Brasil são os que menos pagam impostos entre os países do G-20, é preciso agregar que Suécia, Dinamarca, Noruega ou Finlândia não entram nesse grupo de países. Na Escandinávia, rico para em média 55% de sua renda em impostos. No entanto, lá apresenta o melhor nível de desenvolvimento humano e a menor desigualdade do mundo. Na conta do G-20, lembrem-se que a carga dos ricos é diluída pela carga tributária de países mais pobres e desiguais como Indonésia, Índia, África do Sul ou México. Logo, a situação do Brasil é bem pior do que se imagina.

Agora, há uma mitificação feita pela imprensa com relação à carga tributária no Brasil, em torno de 36% do PIB, e a qualidade dos serviços públicos. Desconsiderando o peso dos juros da dívida interna (cujos recursos vão para os mais ricos), a corrupção enraizada no serviço público (e nos fornecedores do Estado) e ainda a falta de profissionalismo de grande parte dos servidores do Estado, há um fato inquestionável para entender porque a qualidade do serviço público no Brasil é ruim em comparação com os países desenvolvidos: A FALTA DE RECURSOS! Façamos os cálculos:

A renda per capita do Brasil é de US$10.000,00. Com a atual carga tributária, cada brasileiro, em média, contribuiu com US$ 3.600,00 por ano.

A renda per capita da Suécia é de US$ 35.000,00. Com a mesma carga tributária do Brasil, um sueco pagaria US$12.600,00, ou seja, 3 vezes e meia a mais que o brasileiro. Dito de outra maneira: mesmo se a carga tributária do Brasil fosse de 100%, ainda assim o Brasil não poderia oferecer os mesmos serviços e com a mesma qualidade que os suecos. É fato!

A toda esta conta, junte-se mais um ingrediente: SONEGAÇÃO. Na dívida ativa do governo, há pelo menos 1 trilhão de reais de impostos sonegados. Pergunta: quem sonega, o trabalhador, cujo imposto já vem cobrado em folha salarial ou nos produtos consumidos, ou o andar de cima da sociedade, como empresários, fazendeiros, médicos, advogados, banqueiros e tantos outros cuja renda não é fiscalizada pelo governo, ou porque corrompem auditores fiscais ou ainda porque pagam os caríssimos advogados tributarista para sonegar "dentro da lei"?

Por que será que a FIESP, a Rede Globo e a FEBRABAN jogaram tão pesado para a extinção da CPMF, cujo peso no bolso dos mais pobres era ínfimo, mas significaria uma grande injeção de recursos no SUS?

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