segunda-feira, 3 de março de 2014

NUVENS CARREGADAS NA POLÍTICA MUNDIAL


O clima em 2014 começou carregado. No momento em que se lembra dos 100 anos do início da I Guerra Mundial, diversos focos de conflitos, reais e potenciais, ressurgem no mapa político mundial.

Mencionar os conflitos no Oriente Médio parece trivial: desde 1947, não houve um só ano de paz naquela região, mas os efeitos da Guerra Civil na Síria e o seu possível transbordamento para o Líbano e Israel tende a piorar o que já é ruim. Nesta semana, caças da aviação israelense atingiram alvos do Hezbollah no sul do Líbano. O mesmo Hezbollah atua na Síria em apoio ao presidente Bashar Al Assad , obtendo vitórias sobre a guerrilha sunita. O país dos cedros será o próximo a entrar numa guerra civil?

Também vemos o aumento da disputa retórica entre China e Japão. As constantes visitas de líderes japoneses ao Santuário Yasukuni, onde estão enterrados antigos oficiais japoneses condenados por crimes de guerra, são vistas como provocação da direita japonesa. Tais visitas irritam não apenas os chineses, mas também coreanos, filipinos, malaios e singapurenses, povos que sofreram com a opressão do Império Japonês durante a II Guerra Mundial. A tensão aumenta ainda mais diante da insistência com que os líderes japoneses buscam alterar a constituição imposta pelos Estados Unidos para iniciar o rearmamento do país.

A mais recente crise surge na Ucrânia. A vitória dos grupos opositores sobre o presidente Viktor Yanukovich pode levar o país à guerra civil. O país possui dois grupos étnicos bem definidos: os russófonos, minoria que se concentra na parte oriental do país, e os ucranianos étnicos, que ocupam a parte ocidental. Os primeiros, que apoiavam o presidente deposto, cogitam organizar movimentos de independência das províncias orientais, principalmente na Criméia, onde existe uma grande base naval russa. Os segundos buscam uma maior aproximação com a União Europeia para tentar contrabalançar a influência da Rússia no país.

Enquanto se organiza um movimento separatista na Criméia, tropas russas fazem exercícios militares na fronteira, o que criar preocupações sobre uma possível intervenção russa na Ucrânia. E se isso ocorrer, como reagirão a União Europeia e os Estados Unidos? Esperamos que os ventos da razão afastem as nuvens da guerra.

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