sexta-feira, 30 de agosto de 2013

GLOBO, SONEGAÇÃO E SAÚDE

Nas duas últimas semanas a Internet esteve recheada de notícias que davam conta da sonegação de impostos por parte da Rede Globo. O caso ocorreu em 2002, quando a emissora de TV comprou os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002 e os pagou com dinheiro de paraísos fiscais, no caso, as Ilhas Virgens Britânicas. O valor em questão: R$600 milhões! A denúncia do “Blog do Cafezinho” divulgou os documentos que comprovam a autuação da Receita Federal e também o sumiço da documentação original por parte de uma servidora da Receita, em 2006. Esta foi condenada pela Justiça Federal, mas se encontra em liberdade por meio de “Habeas Corpus” concedido pelo STF. A Globo emitiu nota, em 09/07/2013, se posicionando sobre o tema, afirmando que a “que não tem qualquer dívida em aberto com a Receita”. O caso em si é emblemático, pois a linha editorial da Rede Globo se pauta por um moralismo hipócrita e seletivo, da mesma maneira que Carlos Lacerda criou o “mar de lama” de acabou no suicídio de Getúlio Vargas. Ora, os malfeitores que são demonizados na telinha poderiam ser encontrados também por detrás das câmeras. Esta questão nos remete à enorme sonegação de impostos por parte dos ricos. Enquanto a classe média e os pobres em geral não tem como fugir da elevada tributação, os ricos encontram meios sofisticados para burlar o Fisco, não apenas pela evasão de divisas, mas também por meio de tributaristas que fazem “planejamento tributário”, um eufemismo para a sonegação pura e simples. Enquanto isto, cria-se a ilusão de que os problemas básicos do Brasil, como educação e Saúde, não são resolvidos apenas por falta de vontade política. É MENTIRA! Em todos os níveis de governo o orçamento é muito baixo, mesmo considerando os péssimos salários dos servidores. Como um país com renda per capita de US$10.000,00 pode oferecer a todos os cidadãos saúde e educação gratuitos e ainda de qualidade se países com renda cinco vezes maior não o fazem, como os EUA? Se falta dinheiro, por que não recriar a CPMF, o único imposto que não pode ser sonegado pelos ricos? Publicado no Jornal Bom Dia Marília em 14/07/2013

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