sexta-feira, 30 de agosto de 2013

QUEM TEM MEDO DO POVO?

Os analistas políticos e os partidos de oposição vêm gastando muita tinta contra a proposta de plebiscito da Presidenta Dilma Rousseff a respeito da reforma política. Em parte, eles até tem razão, dada a dificuldade de mobilizar o Congresso para aprovar a consulta popular e também frente a exíguo prazo para tramitar todo o processo a tempo de influenciar a eleição de 2014. A concordância com a oposição para por aí. A Revista Veja dedicou sua última edição para escrachar a ideia de plebiscito ao formular teses ultraconservadores quando não lunáticas. A GloboNews também rechaça a ideia acusando o governo de “chavismo”, um novo tipo de insulto depois do fracasso do “comunismo”. Eles têm medo do povo. Se o governo FHC perguntasse ao povo se queria a privatização da Vale do Rio Doce, a resposta popular seria um rotundo NÃO! Por isso, os partidos de oposição e seus porta-vozes tem um profundo medo de ouvir o povo, diferentemente de Chávez ou dos norte-americanos. A questão da reforma política é muito sensível. Ela está em discussão há pelo menos 20 anos, quando da derrubada de Collor. Desde lá, ela trava no Congresso, por que? Ora, um congressista teria interesse em mudar as regras que o levaram a conquistar um mandato popular? Por que restringir a principal fonte de corrupção que é o financiamento de empresas às milionárias campanhas eleitorais? Por que acabar com as coligações proporcionais se este é o pré-requisito para a existência de partidos sem conteúdo ideológico e programático? Por que não discutir a criação ou não de distritos e que cada deputado seja eleito pelo voto majoritário, com dois turnos? O eleitor mariliense que quiser ter uma ideia de como este sistema é perverso, basta observar com atenção a composição de nossa Câmara Municipal e a real representatividade de nossos vereadores. Não há um que foi eleito com seus próprios votos, necessitando de contar com o coeficiente da coligação, ademais, formada por uma federação de partidos nanicos, sem expressão real. Frente a isto, por que não perguntar ao povo se ele está satisfeito com este sistema político? Deixe o povo opinar! Publicado no Jornal Bom Dia Marília em 07/07/2013

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