sexta-feira, 30 de agosto de 2013

BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Apesar de termos certo orgulho sobre a tolerância do povo brasileiro, não se encontra no mundo lugar mais violento do que o nosso país. Somadas as mortes por homicídio e as por acidentes automobilísticos, temos uma vexatória soma de quase 100 mil pessoas mortas por ano! O dobro das baixas americanas no Vietnam. Em meio a esta violência endêmica, temos um dado a mais para nos envergonhar: a cada duas horas uma mulher é assassinada no Brasil por pessoas próximas, como maridos, namorados ou parentes. Nem a Lei Maria da Penha tem conseguido diminuir esta barbaridade. Essa violência é reforçada por fatores culturais. Quando se depara com uma briga de casais, sempre surge o bordão de que “em briga de marido e mulher ninguém põe a colher”. A cultura popular reforça esta tendência. Escrito na década 1950, o samba “Na subida do morro”, de Moreira da Silva, começa desta forma: “Na subida do morro me contaram/ Que você bateu na minha nêga/ Isso não é direito/Bater numa mulher/ Que não é sua”... Ou seja, está implícito que o homem pode bater na dele, pois esta lhe pertence, as outras não! Deixando o samba e indo para o sertanejo, vemos coisas similares: “Não era preciso chorar desse jeito/ Menina bonita anjo encantador/ Aquele tapinha que dei no seu rosto/ Não foi por maldade, foi prova de amor” (Tapinha De Amor, Léo Canhoto e Robertinho). Não podemos ser cúmplices de tamanha covardia. É preciso reverter esta cultura de machista, incutindo já nas crianças a noção de respeito e tolerância. Além disso, as pessoas conscientes devem exigir não apenas o fim da violência contra as mulheres, mas também a punição contra os agressores. Juízes, promotores e policiais devem dar sua quota de contribuição. Enquanto isso, nesta semana, Marília deu a sua contribuição para essa vexatória estatística: ex-marido assassina a sogra e a cunhada, apesar de, em vão, haver sido denunciado pelas vítimas. Não dá para tolerar isto. Não sejamos cúmplices! Publicado no Jornal Bom Dia Marília de 20/12/2012

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