sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Estado, Mercado e Desenvolvimento

Na semana passada, a Presidenta Dilma Rousseff lançou um abrangente programa de concessões na área de transportes, prevendo a duplicação de rodovias e a construção de trechos importantes do malha ferroviária nacional. Para o mês de setembro, está prevista uma nova rodada de concessões, dessa vez nos setores portuário e aeroportuário. A expectativa é a de incentivar setores empresariais a investir fortemente nesses setores relacionados ao chamado “Custo Brasil”, diminuindo custos, aumentando a eficiência e tornando mais competitiva a economia brasileira. A imprensa conservadora festejou esta onda “privatizações”, acusando de incoerente o Governo e o PT, que em época de eleição critica os processos de “privataria” do governo FHC. Por conta disso, a opinião liberal retoma sua artilharia contra o Estado, defendendo o mercado autorregulado como o único meio para garantir o desenvolvimento. Observando o problema com cuidado, vemos que a crítica desses setores é extemporânea. Depois da falência do Banco Lehman Brothers, em 2008, que iniciou a grave crise financeira que atormenta a economia mundial até hoje, ficou indefensável a posição de apologia ao livre mercado e ao Estado mínimo. A economia sem pesos e contrapesos (Estado, sociedade, sindicatos) é um convite ao mais selvagem egoísmo, deixando a população à mercê das aves de rapina. Veja-se o exemplo da China: apesar de desestatizar milhões de empresas, o país reteve sob controle estatal uma centena de megaempresas que lideram o processo de crescimento do país. É conhecida a frase de Deng Xiaoping de que “não importa a cor do gato, o que importa é se ele pega o rato”. De forma similar, a liderança brasileira deve libertar a mente e adotar as soluções que efetivamente resolvam os problemas, seja com o Estado, seja com o mercado. Não podemos abrir mão do BNDES, do BB, da Caixa, da Petrobrás ou da Eletrobrás. Mas também podemos pensar que o Estado resolva TODOS os gargalos da economia brasileira. Publicado no Jornal Bom Dia Marília de 23/08/2012

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