sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O FEIJÃO E O TERRORISMO DA INFLAÇÃO

Novamente a politização do tema da inflação volta à baila. Depois de toda demagogia relacionada ao preço do tomate, a grande imprensa e os especuladores ameaçam a sociedade brasileira com o terrorismo do preço do feijão. De fato, o preço do produto no atacado está no nível mais alto desde maio de 2010, quando a saca de 60 kg. chegou a custar R$140,00. Em março, o preço da saca chegou bem próximo dos R$180,00. Se a tendência se repetir, nos meses de maio e junho teremos um novo pico no preço ao consumidor. O que explica a alta dos preços? De novo, o clima é o principal culpado, pois qualquer variação no ritmo de chuvas, tanto para mais quanto para menos, interfere na produtividade. Por outro lado, com o preço elevado da soja decorrente da quebra da safra de grãos dos Estados Unidos, levou muitos produtores a abandonarem o feijão adotar a soja. Outro ponto que deve ser destacado é uma mudança nos hábitos de consumo dos brasileiros. Se antes a dupla “arroz e feijão” eram a base inconteste da dieta do brasileiro, o aumento da renda per capita e uma maior sofisticação das refeições derrubaram o consumo do produto. Na década de 1990, consumíamos em média 19 kg de feijão. Em 2012, esta média caiu para 15 kg. Ora, como ampliar a produção de um produto que vê sua demanda declinando tão fortemente? Diante deste quadro, é certo que os consumidores enfrentarão nos próximos meses um forte aumento no preço do feijão. Quem não puder substituí-lo por outra leguminosa não terá escapatória. Já estou imaginando o colar de feijão no pescoço de certa apresentadora e a campanha terrorista com relação à inflação. No entanto, para acalmar os leitores, deve se pensar que a inflação é um índice que mede a variação de preços de uma série de itens. Neste mês de maio, por exemplo, ela vai declinar com a diminuição do preço do tomate e dos bens industrializados. Apesar de elevada, a média da inflação sob o governo Dilma está menor que nos governos de Lula e FHC. É preciso ter sangue frio para não se aterrorizar com a politização da inflação e tocar a vida em frente. Publicado no Jornal Bom Dia Marília de 05/05/2013

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