sexta-feira, 30 de agosto de 2013

E AÍ, VAI TOMATE?

Foi risível a campanha dos especuladores financeiros pelo aumento das taxas de juros. A imagem de uma conhecida apresentadora de televisão com um colar de tomates, como se fosse joia, e ainda a capa de duas revistas semanais conservadoras chamando atenção para o preço da fruta foi parte de uma campanha orquestrada para forçar o Banco Central a subir os juros. De fato, na última reunião do COPOM, em 17 de abril, a taxa básica subiu 0,25%, para 7,5% ao ano. Além de uma campanha oportunista, pois já se sabia que o teto da meta de inflação seria superado, este alarde se confunde com o processo de desgaste da imagem da Presidenta Dilma Rousseff, cujos níveis de popularidade continuam elevados. Busca-se criar uma crise de confiança na economia para, com isto, derrubar as taxas de crescimento do PIB e daí influenciar a eleição de 2014. O grande problema de influenciar a opinião pública com algo tão superficial é ter que enfrentar a realidade: no momento em que escrevo este artigo, o portal G1, de 19 de abril, chamava atenção para a queda de 75% no preço do tomate, apostando que o preço da fruta cairia para algo em torno de R$1,50 nas próximas semanas. Enquanto que os conservadores daqui exigem que o governo crie uma recessão, o novo governo do Japão adota um pacote bilionário de incentivos à economia. Na semana passada, o Banco do Japão anunciou que iria criar uma forte liquidez na economia para estimular a criação de empregos e modernizar a indústria local. O especulador George Soros clamou para que a Alemanha ajude os países devedores da Zona do Euro para que estes adotem políticas de expansão da atividade econômica. Na opinião dele, persistir na recessão é colocar em risco a paz na Europa. Na mesma linha, a Diretora-Gerente do FMI, Christine Lagarde, defendeu que os países europeus afrouxem suas políticas de austeridade com vistas a evitar uma catástrofe econômica e social. Já no Brasil, a grande imprensa ligada ao capital financeiro pede recessão e desemprego para controlar a inflação. Felizmente, a Presidenta Dilma não lhes dá ouvido. Publicado no Jornal Bom Dia Marília de 21/04/2013

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