sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Crise, incentivos e empregos

O relatório da UNCTAD, agência da ONU para comércio e desenvolvimento, divulgado nesta semana, aponta para um piora do cenário econômico mundial. Depois de crescer 4,1% em 2010, o PIB do mundo vem caindo fortemente: em 2011 o índice ficou em 2,7% e para este ano estima-se em apenas 2,3%! O relatório ainda informa que a maior parte desse crescimento se deve à contribuição dos países em desenvolvimento, enquanto que os países ricos decepcionam. O desemprego entre os jovens na Zona do Euro se aproxima a incríveis 40%, e a política de austeridade fiscal só faz piorar as coisas, com cortes nos salários, na saúde, educação e previdência. A opção pela austeridade nos países controlados pela lógica financeira tem agravado o problema, já que tais cortes levam a um maior desemprego, a um menor nível de atividade e, conseqüentemente, a uma menor arrecadação de impostos e aumento da dívida pública. Enquanto isto, o governo brasileiro tem utilizado diversos instrumentos para tentar diminuir o impacto da crise mundial sobre nossa economia, uma vez que o contágio da crise mundial é inevitável. Medidas de redução de impostos, desoneração da folha de pagamentos, redução de juros e incentivos às indústrias nacionais têm surtido efeito. Se tais medidas não fossem adotadas, a situação seria pior, pois apesar de tudo a economia brasileira continua a gerar empregos. Por fim, cabe elogiar a decisão do governo em reduzir o preço da energia elétrica. A medida ajuda o país em quatro importantes aspectos: (1) reduzirá o custo de produção da indústria: (2) aumentará a renda disponível para as famílias; (3) ajudará a combater a inflação, que vem sendo pressionada pelo aumento dos preços alimentos; e (4) oferece melhores condições competitivas, contribuindo para a atração de investimentos e para a sustentação do crescimento em longo prazo. Não se pode esperar a solução da crise de braços cruzados. É preciso agir para evitar o pior. Se o nível de emprego não se mantiver, a crise pode nos sufocar. Publicado no Jornal Bom Dia Marília de 13/09/2012

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