sexta-feira, 30 de agosto de 2013

PERGUNTAS DE UM LEIGO AO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

As manifestações de médicos contra a entrada de profissionais estrangeiros e a luta de outras categorias contra a lei do “Ato Médico” me fizeram levantar algumas questões aos conselheiros do CFM. São perguntas de leigo, logo, um tanto inocentes: 1) Num mundo em que a interdisciplinaridade é regra, há alguma explicação científica para a lei do Ato Médico, este que cerceia o trabalho de fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, fonoaudiólogos, biomédicos, etc.? 2) Se o exame de validação de diplomas de médicos estrangeiros fosse aplicado aos nossos atuais médicos, será que eles teriam desempenho melhor do que os formandos de Direito no Exame da OAB? 3) A propósito, por que o CFM não defende a obrigatoriedade de um exame para os formandos de medicina? Isto não evitaria a série de erros médicos que a imprensa tanto denuncia? 4) Todos querem um país “novo”. Não seria o caso de o CFM caçar o registro de médicos que burlam o Fisco ao importar (para si) equipamentos se valendo do certificado de filantropia de “Santas Casas”, por exemplo? 5) O vendedor de banana emite nota fiscal eletrônica. Não seria o caso de instituir medida similar para evitar a evasão de impostos de profissionais liberais? 6) Por que o CFM não pune médicos que cobram “por fora” de clientes de planos de saúde? 7) É moral médico viajar com despesa paga por laboratório farmacêutico, justamente aquele que produz o remédio que este mesmo médico prescreve? 8) No hospital do Dr. House há indianos, judeus, chineses, africanos, etc. Pelo menos 25% dos médicos nos EUA são estrangeiros. Por que no Brasil só há 1,5%? 9) O Brasil é o 85º no ranking do IDH da ONU e Espanha (23º), Portugal (43º), Argentina (45º) e Cuba (59º). Por que a formação de profissionais desses países seria pior que a do Brasil? 10) Em cidades miseráveis, onde não há médicos, a presença de um não ajudaria a diminuir o índice de mortalidade? Se onde morriam 10, com a chegada de um médico este número caísse para 5, já não seria uma vitória? Como diz o título, são perguntas de um leigo. Publicado no Jornal Bom Dia Marília em 30/06/2013

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